Oi! É o José, e hoje vamos ter uma conversa que pode incomodar alguns — mas precisa acontecer.
Semana passada, fui buscar meu filho na escola. No caminho, encontrei uma conhecida que olhou para mim com aquele sorriso de “que fofo” e disse: “Ah, você está ajudando sua esposa hoje?”
Ajudando.
Respirei fundo, sorri e respondi educadamente. Mas por dentro, pensei: “Estou cuidando do MEU filho. Como isso é ‘ajudar’?”
E essa frase — que a maioria de vocês, pais, já ouviu dezenas de vezes — resume perfeitamente o problema que vamos destrinchar hoje: a paternidade ainda é vista como opcional, como um favor, como “ajuda”.
Enquanto a maternidade? É esperada. Cobrada. Julgada. Mas nunca vista como “ajuda”.
Se você é pai e já se sentiu subestimado no seu papel. Se você é mãe e carrega sozinha um peso que deveria ser dividido. Se você quer entender por que precisamos urgentemente redefinir o que significa ser pai em 2025…
Este texto é para você. E aviso: não vai ter papinho mole. Vamos falar a verdade, mesmo que ela doa.
O Agosto Que Ninguém Conhece
Você sabia que agosto é oficialmente o Mês de Valorização da Paternidade no Brasil, com o Dia Nacional de Conscientização sobre a Paternidade Responsável sendo celebrado em 14 de agosto?
Não? Não se sinta mal. A maioria das pessoas também não sabe.
E esse é exatamente o problema.
Outubro Rosa? Todo mundo conhece. Novembro Azul? Amplamente divulgado. Mas o mês dedicado a promover a paternidade ativa e responsável? Praticamente invisível.
Por quê? Porque ainda vemos paternidade como secundária. Como coadjuvante. Como “ajuda” em vez de protagonismo.
O Que É Esse Tal de “Mês da Paternidade”?
O Ministério da Saúde, através da Coordenação de Atenção à Saúde do Homem, dedica agosto para promover discussões sobre paternidade, baseadas na Política Nacional de Atenção Integral à Saúde do Homem, especificamente no eixo de Paternidade e Cuidado.
Traduzindo: é um esforço oficial para mudar a narrativa sobre o papel dos pais, incentivando participação ativa desde o planejamento reprodutivo até todos os estágios da vida da criança.
Mas aqui está a questão: por que precisamos de uma campanha governamental para algo que deveria ser… óbvio?
Por que precisamos convencer homens de que participar da criação dos próprios filhos é importante?
A resposta é mais complexa (e mais incômoda) do que gostaríamos de admitir.
A Paternidade Invisível
Vamos começar com algumas verdades desconfortáveis sobre como a sociedade enxerga pais e mães.
O Experimento Mental
Imagine a seguinte cena: uma mãe está no parque com os filhos. Ela está no celular enquanto as crianças brincam. De vez em quando, ela olha, mas está claramente distraída.
Agora imagine um pai na mesma situação exata.
Adivinha quem vai ser julgado com mais severidade?
A mãe vai ouvir: “Ela deveria prestar mais atenção nas crianças!”
O pai? Provavelmente vai ouvir: “Que pai dedicado, levou os filhos para brincar!”
Mesma ação. Padrões completamente diferentes.
A Assimetria Brutal das Expectativas
Quando uma mãe vai trabalhar e deixa o filho na creche, ela carrega culpa. “Será que estou sendo má mãe? Será que deveria estar em casa?”
Quando um pai vai trabalhar e deixa o filho na creche, ele está… trabalhando. Cumprindo seu papel de provedor. Ninguém questiona.
Quando uma mãe não sabe fazer alguma coisa relacionada ao filho (por exemplo, não sabe preparar determinada comida), ela é questionada. “Como assim você não sabe?”
Quando um pai não sabe, a resposta é: “Normal, coisa de criança é com a mãe mesmo.”
Mães são cobradas por tudo. Pais são elogiados por fazer o mínimo.
E sabe o que é pior? Nós, homens, nos acostumamos com isso. E até se beneficiamos disso.
A Paternidade Como Performance Social
Quantas vezes você já viu um pai com um filho em público e ouviu:
- “Que pai babão!”
- “Olha só, cuidando do filho sozinho!”
- “Dando uma folga para a mãe, que lindo!”
Agora pense: alguém diz essas coisas quando uma mãe está com o filho? Claro que não. Porque para ela, é esperado. É o básico. É “obrigação”.
Mas para o pai? É quase um heroísmo.
Essa diferença não é inocente. Ela revela algo profundo: ainda vemos paternidade como opcional.
Como algo que o pai “escolhe” fazer quando tem tempo, quando está de bom humor, quando quer “ajudar”.
E isso precisa mudar. Urgentemente.
O Que a Paternidade Ativa Realmente Significa
Deixa eu ser claro, porque tem muita confusão sobre isso.
Paternidade ativa NÃO é:
- “Ajudar” a mãe
- “Dar uma folga” para ela
- Fazer algo “quando dá”
- Ser o “pai legal” que brinca enquanto a mãe faz o trabalho chato
- Aparecer nos momentos Instagram-dignos e desaparecer na rotina
Paternidade ativa É:
- Responsabilidade compartilhada desde o dia zero
- Estar presente no pré-natal, no parto, nas madrugadas difíceis
- Saber a rotina do seu filho tão bem quanto a mãe sabe
- Não precisar ser “instruído” sobre o que fazer — você simplesmente sabe porque você está presente
- Dividir TODAS as tarefas, não só as “divertidas”
- Estar emocionalmente disponível, não só fisicamente presente
- Tomar decisões junto, não deixar tudo para a mãe decidir
O Modelo Que Precisamos Desaprender
A maioria de nós, homens, cresceu vendo nossos pais como provedores. Eles trabalhavam, traziam dinheiro para casa, e isso era “ser um bom pai”.
Cuidar? Trocar fraldas? Acordar de madrugada? Levar ao médico? Saber qual é a professora, quais são os amigos, quais são os medos e sonhos? Isso era “trabalho de mãe”.
E nossos pais estavam fazendo o que aprenderam com os pais deles. Não estou jogando culpa. Estou apontando um padrão que precisa ser quebrado.
Porque o mundo mudou. As famílias mudaram. As expectativas mudaram.
Mas muitos homens ainda operam no modelo antigo.
E isso está criando uma geração de mulheres exaustas, sobrecarregadas, fazendo dupla (ou tripla) jornada. E uma geração de homens perdendo a oportunidade de realmente conhecer e se conectar com seus filhos.
A Ciência Não Mente: Pais Ativos Fazem Diferença
Talvez você esteja pensando: “Mas a criança não tem uma conexão especial com a mãe? Não é natural que ela cuide mais?”
Vamos aos fatos.
O Vínculo Paterno É Real (E Importante)
Pesquisas mostram consistentemente que pais ativamente envolvidos impactam positivamente o desenvolvimento das crianças em múltiplas áreas:
Desenvolvimento cognitivo: Crianças com pais presentes tendem a ter melhor desempenho acadêmico e habilidades linguísticas mais desenvolvidas.
Saúde mental: Menos problemas comportamentais, menos ansiedade e depressão na adolescência.
Habilidades sociais: Melhor capacidade de formar relacionamentos saudáveis e resolver conflitos.
Autoestima: Especialmente em meninas, a presença ativa do pai está correlacionada com maior autoestima e menor probabilidade de envolvimento em relacionamentos prejudiciais.
Regulação emocional: Pais tendem a brincar de forma mais física e estimulante, o que ajuda crianças a aprenderem a gerenciar excitação e frustração.
Isso não é teoria. É ciência.
A presença paterna importa. E muito.
O Benefício Para as Mães (Que Ninguém Fala)
Sabe o que acontece quando pais são ativamente envolvidos?
Mães têm:
- Menos depressão pós-parto
- Menos estresse crônico
- Melhor saúde mental e física
- Mais satisfação no relacionamento
- Mais oportunidades de cuidar da própria saúde e carreira
Não é coincidência. Carregar sozinha o peso da criação dos filhos é insustentável. Física, mental e emocionalmente.
Quando pais assumem sua parte — não como “ajuda”, mas como co-responsabilidade — toda a família se beneficia.
O Benefício Para os Próprios Homens
E aqui está algo que poucos homens percebem até viver: você está perdendo.
Perdendo o sorriso desdentado do primeiro dente que caiu. Perdendo a história engraçada que aconteceu na escola. Perdendo aquele abraço apertado depois de um dia difícil. Perdendo a oportunidade de realmente conhecer esse ser humano que você ajudou a criar.
Trabalhar muito e prover financeiramente é importante. Mas se isso vem ao custo de estar ausente da vida emocional e cotidiana dos seus filhos, você está trocando dinheiro por memórias.
E dinheiro você pode ganhar de volta. Memórias não.
As Políticas Que Apoiam (Ou Deveriam Apoiar) Pais Ativos
Vamos falar de alguns direitos que existem — mas que muitos pais nem sabem que têm.
A Lei do Acompanhante
A Lei do Acompanhante determina que os serviços de saúde do SUS são obrigados a permitir à gestante o direito a acompanhante durante todo o período de trabalho de parto, parto e pós-parto, sendo este acompanhante indicado pela gestante, podendo ser o pai do bebê, o parceiro atual ou outra pessoa de sua escolha.
Isso é seu direito. Não é um favor do hospital. Não é “se der”. É garantido por lei.
Mas aqui está o problema: muitos homens não sabem disso. Muitos hospitais não facilitam. Muitos pais nem cogitam estar presente porque “é hora das mulheres”.
Não. É a hora de vocês começarem a ser pais. Literalmente desde o primeiro segundo de vida dessa criança.
A Licença Paternidade (Que É Uma Piada)
No Brasil, a licença paternidade é de… 5 dias.
Cinco. Dias.
Você tem mais tempo de licença quando compra um celular novo e tem problema do que quando seu filho nasce.
Existe o Programa Empresa Cidadã que acrescenta 15 dias ao prazo já garantido por lei, totalizando 20 dias — mas depende da empresa aderir ao programa.
Compare com países como Suécia (480 dias compartilhados), Noruega (49 semanas), Islândia (6 meses). Compare até com nossos vizinhos: Chile oferece 5 semanas.
A mensagem é clara: no Brasil, ainda vemos o pai como dispensável nos primeiros momentos de vida da criança.
E isso é um reflexo de como encaramos paternidade como um todo: secundária, opcional, menos importante.
O Pré-Natal É Para Dois
A Política Nacional incentiva a presença dos homens desde o planejamento reprodutivo até o pré-natal durante a gestação, sugerindo que a participação dos homens nos serviços de saúde durante as consultas de pré-natal pode ser potencializada como momento de promoção do autocuidado e educação em saúde.
Traduzindo: pré-natal não é só para a mãe.
É momento de você, pai, aprender sobre o desenvolvimento do bebê, tirar dúvidas, fazer exames (sim, você também deveria fazer testes de sífilis, hepatite, HIV), atualizar vacinas, entender o que vem pela frente.
Mas quantos homens fazem isso? Quantos pais acompanham TODAS as consultas de pré-natal?
Poucos. E isso precisa mudar.
Os Desafios Reais da Paternidade Ativa
Ok, José. Entendi. Eu deveria ser mais presente. Mas você não entende — é complicado.
Entendo. E você está certo: é complicado. Então vamos falar dos obstáculos reais.
O Mercado de Trabalho Hostil
Vamos ser honestos: o mercado de trabalho brasileiro ainda opera como se todos os funcionários fossem homens com esposas em casa cuidando de tudo.
A realidade:
- Pedir para sair mais cedo para buscar filho na escola? Fraqueza.
- Faltar porque o filho está doente? “Cadê a mãe?”
- Licença paternidade? “5 dias é mais que suficiente.”
- Horários flexíveis para compromissos dos filhos? “Você não é comprometido com a empresa.”
Homens enfrentam julgamento e penalização por quererem ser pais ativos. E isso é sistemático.
Mas aqui está a verdade dura: se você não empurra contra isso, nada muda.
Você precisa usar sua licença. Precisa ir às consultas médicas do seu filho. Precisa estabelecer limites no trabalho.
Sim, pode ter custo. Mas qual é o custo de chegar aos 50 anos e perceber que você conhece seus colegas de trabalho melhor do que conhece seus próprios filhos?
A Incompetência Aprendida
Tem um fenômeno chamado “incompetência estratégica”. É quando alguém finge (ou genuinamente se convence) que não sabe fazer algo para não ter que fazer.
No contexto da paternidade, soa assim:
- “Eu não sei trocar fralda direito, é melhor você fazer.”
- “Eu não sei o que ele gosta de comer.”
- “Eu não sei qual roupa colocar nele.”
- “Eu não sei a rotina dele.”
E aí, cansada de refazer ou de dar instruções, a mãe acaba fazendo tudo. E o ciclo se perpetua.
Mas aqui está o segredo que todo pai precisa ouvir: você não nasceu sabendo. Ela também não.
Mães não têm um chip mágico instalado no parto que as ensina tudo sobre crianças. Elas aprenderam fazendo. Errando. Tentando de novo.
Você pode fazer o mesmo. Mas precisa estar disposto a tentar, errar, e não desistir na primeira dificuldade.
A Pressão Social e Familiar
Sogra dizendo que “homem não sabe cuidar direito”. Amigos zoando porque você não vai ao futebol porque tem que cuidar dos filhos. Colegas de trabalho insinuando que você está sendo “controlado pela mulher”.
A pressão existe. E é real.
Mas você precisa decidir: você está vivendo sua vida baseado na aprovação dos outros ou baseado nos seus valores?
Seus filhos vão lembrar que você estava lá. Não vão lembrar da opinião do seu chefe ou dos seus amigos sobre isso.
Como Ser um Pai Ativo (Além do Discurso)
Chega de teoria. Vamos ao prático.
1. Comece Desde o Início
Se você está esperando um bebê, sua paternidade começa agora. Não no nascimento.
Faça isso:
- Vá a TODAS as consultas de pré-natal possíveis
- Leia sobre gravidez, parto, cuidados com bebê
- Participe das decisões: nome, enxoval, preparação do quarto
- Faça seus exames (sim, você também precisa)
- Converse com o bebê na barriga (pode parecer bobo, mas cria vínculo)
- Aprenda sobre parto — você vai estar lá, precisa saber o que esperar
- Planeje sua licença e organize seu trabalho para estar presente
Não seja o pai que “ajuda quando o bebê nascer”. Seja o pai que está presente desde o início.
2. Divida TUDO
Não existe tarefa de “pai” e tarefa de “mãe”.
Existe tarefa. Ponto.
Trocar fralda não é trabalho da mãe. Dar banho não é trabalho da mãe. Acordar de madrugada não é trabalho da mãe. Levar ao médico não é trabalho da mãe.
São tarefas dos pais. Plural.
Crie um sistema justo:
- Alternem nas tarefas noturnas
- Dividam as consultas médicas
- Compartilhem as responsabilidades escolares
- Ambos saibam a rotina, os gostos, as necessidades da criança
E não espere ser “instruído”. Tome iniciativa.
Se você percebe que a fralda está suja, troca. Não espera ela pedir. Não faz “quando sobrar tempo”. Você vê, você faz.
3. Esteja Emocionalmente Presente
Presença física sem presença emocional não conta.
Presença emocional significa:
- Celular longe quando está com as crianças
- Conversar de verdade, não só “como foi a escola?”
- Conhecer os amigos, as professoras, as preferências deles
- Estar disponível para as emoções — tristeza, medo, frustração, não só alegria
- Validar sentimentos em vez de minimizar (“homem não chora” nunca mais)
- Ser o porto seguro, não só o provedor
Pergunte-se honestamente: Seu filho se sente confortável em vir até você quando está triste? Ou ele procura só a mãe porque “pai não entende dessas coisas”?
Se for a segunda opção, você tem trabalho a fazer.
4. Abrace a Bagunça e a Imperfeição
Você vai errar. Vai colocar a roupa errada. Vai esquecer a lancheira. Vai estragar o penteado. Vai deixar ele comer besteira.
E está tudo bem.
Perfeição não é o objetivo. Presença é.
Não use o medo de errar como desculpa para não tentar. E não deixe que críticas (da sua parceira, da sua sogra, de quem quer que seja) te desanimem.
Todo mundo aprende fazendo. Você não é exceção.
5. Cuide da Sua Saúde (Porque Isso Também É Paternidade)
A participação dos homens nos serviços de saúde pode ser potencializada durante o pré-natal como momento de promoção do autocuidado e educação em saúde, permitindo que façam consultas individuais, testes rápidos e atualizem o cartão de vacinação.
Pais precisam estar saudáveis para estarem presentes.
Isso significa:
- Fazer check-ups regulares
- Cuidar da saúde mental (terapia não é fraqueza)
- Praticar atividade física
- Dormir adequadamente (organizem a rotina para ambos descansarem)
- Conversar sobre dificuldades em vez de engolir tudo
Você não pode ser um pai presente se estiver física ou mentalmente esgotado.
Para as Mães: Deixem Eles Serem Pais
Agora, uma palavra para as mães lendo isso.
Eu sei que essa parte vai ser difícil de ouvir. Mas precisa ser dita.
Às vezes, vocês também são parte do problema.
Quando você refaz a tarefa que ele fez “do jeito errado”. Quando você dá instruções detalhadas sobre cada pequena coisa. Quando você não confia que ele consegue cuidar do filho sozinho. Quando você critica a forma como ele faz as coisas.
Você está, sem querer, reforçando que ele é incompetente. E ele vai internalizar isso.
Entendo de onde vem. Vocês foram socializadas para serem as “especialistas” em crianças. Vocês sentem que têm que fazer tudo perfeitamente ou vão ser julgadas.
Mas se você quer um parceiro ativo na criação dos filhos, você precisa deixar espaço para ele aprender. E isso inclui errar.
A fralda não ficou perfeitamente ajustada? Tudo bem, ela vai segurar. Ele escolheu uma roupa que não combina? Ninguém vai morrer por isso. Ele deu banho de um jeito diferente do seu? Desde que o bebê esteja limpo e seguro, está bom.
Deixe ele ser pai do jeito dele. Não do jeito que você faria.
E quando ele acertar, reconheça. Positivamente reforce. Não com “obrigada por ajudar” (porque não é ajuda), mas com “você é um ótimo pai” ou “você fez um ótimo trabalho”.
A Revolução Silenciosa Que Precisamos
Olha, eu sei que tudo isso pode parecer muito. Esmagador até.
Estamos falando de mudar padrões que vêm sendo construídos há gerações. Estamos falando de redefinir masculinidade, paternidade, família.
Mas é possível. E está acontecendo.
Aos poucos, uma geração de pais está fazendo diferente:
Pais que pegam licença parental e não têm vergonha disso. Pais que estão nas consultas médicas, nas reuniões escolares, nas festinhas de aniversário. Pais que trocam fraldas, dão mamadeira, embalam para dormir sem achar que estão “ajudando”. Pais que choram com seus filhos, que falam sobre emoções, que são vulneráveis. Pais que dividem a carga mental, não só as tarefas.
Esses pais não são heróis. Estão apenas sendo pais de verdade.
E essa deveria ser a norma, não a exceção.
Um Compromisso Para Este Agosto (E Para Sempre)
Então aqui vai meu desafio para você:
Se você é pai:
Escolha UMA coisa que você pode fazer diferente. Começando hoje.
Pode ser:
- Ir à próxima consulta médica do seu filho
- Assumir a rotina da manhã ou da noite completamente
- Aprender a fazer aquela tarefa que você sempre “deixa para ela”
- Ter uma conversa de verdade com seu filho sobre como ele está se sentindo
- Falar com seu chefe sobre precisar de flexibilidade para compromissos dos filhos
Uma coisa. Mas comece.
Se você é mãe:
Escolha UMA coisa que você pode delegar completamente. Sem instruções, sem supervisão, sem refazer.
E confie. Ele vai aprender.
Se você não é pai nem mãe ainda:
Observe. Questione. Não reproduza padrões só porque “sempre foi assim”.
Quando ouvir alguém dizer que um pai está “ajudando” a esposa, corrija. “Ele está cuidando dos filhos dele.”
Quando vir políticas de licença parental injustas, cobre mudanças.
Quando presenciar julgamentos diferentes para pais e mães, aponte.
A mudança começa com cada um de nós.
Por Que Isso Importa Tanto
Deixa eu terminar com isso:
Paternidade ativa não é sobre ser “politicamente correto” ou “moderno” ou “progressista”.
É sobre fazer o certo.
É sobre honrar o compromisso que você fez quando decidiu ter um filho.
É sobre dar a esse ser humano o melhor de AMBOS os pais, não só de um.
É sobre construir uma sociedade mais justa, onde mulheres não sejam sobrecarregadas e homens não sejam privados da riqueza emocional de conhecerem seus filhos de verdade.
É sobre quebrar ciclos. Curar feridas geracionais. Criar uma nova geração que cresce sabendo que ambos os pais são igualmente importantes, igualmente presentes, igualmente comprometidos.
É sobre amor. Em ação.
E agosto — o Mês de Valorização da Paternidade — pode ser o momento de você dar esse primeiro passo.
Mas não pare em agosto. Faça disso seu estilo de vida.
Seus filhos merecem. Sua parceira merece. E, acredite, você também merece.
A riqueza de realmente conhecer seus filhos, de participar ativamente da vida deles, de ser uma presença constante e significativa — isso não tem preço.
Não perca essa oportunidade.
Aqui no papaisdehoje.com, acreditamos que paternidade não é ajuda — é compromisso. E estamos construindo uma comunidade de pais que levam isso a sério.
E você? Qual é o primeiro passo que você vai dar hoje para ser um pai mais presente? Ou se você é mãe, o que você precisa que mude na sua parceria parental?
Vamos conversar nos comentários — sem julgamentos, só apoio mútuo nessa jornada de fazer diferente.
Compartilhe esse texto com aquele pai que precisa ouvir isso. Ou com aquela mãe que precisa saber que não está sozinha na luta.
Paternidade ativa é possível. E começa com você. 💙
