O Manual de Paternidade que Seu Pai Nunca Teve (Mas Que Você Precisa Conhecer)


O Manual de Paternidade que Seu Pai Nunca Teve (Mas Que Você Precisa Conhecer)

Oi! É o José aqui, e hoje vou te contar sobre uma descoberta que me deixou, ao mesmo tempo, aliviado e indignado.

Você sabia que existe uma cartilha oficial do Ministério da Saúde, criada especificamente para ensinar homens a serem pais ativos?

Pois é. Existe. E provavelmente você nunca ouviu falar dela.

A “Cartilha para Pais: Como Exercer uma Paternidade Ativa” foi publicada em 2018 pelo Ministério da Saúde, com uma tiragem de 500 mil exemplares. Meio milhão de cartilhas. Para ensinar algo que, teoricamente, deveria ser… instintivo? Natural? Óbvio?

Mas não é. E o fato de existir uma cartilha governamental sobre isso prova uma verdade incômoda: precisamos ensinar homens a serem pais porque, como sociedade, falhamos nisso durante gerações.

Se você está se preparando para ser pai. Se já é pai e quer fazer melhor. Se é mãe e está se perguntando como fazer seu parceiro se envolver mais. Ou se você simplesmente quer entender por que a paternidade moderna parece tão complicada…

Este texto é para você. Vamos mergulhar nessa cartilha que poucos conhecem, mas que todos os pais deveriam ter lido.

Por Que Precisamos de um Manual para Algo “Natural”?

Deixa eu começar com uma pergunta provocativa: por que ninguém precisa de uma cartilha ensinando mães a cuidarem de bebês, mas existe uma inteira dedicada a ensinar pais?

A resposta é desconfortável: porque presumimos que mulheres “naturalmente” sabem cuidar de crianças (spoiler: não sabem, elas aprendem), e presumimos que homens “naturalmente” não sabem (e, pior, não precisam saber).

A Herança Que Carregamos

Pense nos nossos pais, avós, bisavós. Qual era o papel deles na criação dos filhos?

Provedor. Ponto final.

Trocar fralda? “Isso é coisa de mulher.” Acordar de madrugada? “Deixa a mãe, ela sabe o que fazer.” Ir ao pediatra? “Você vai, eu tenho que trabalhar.” Conversar sobre emoções? “Homem não fica falando dessas coisas.”

E isso não era malícia. Era o modelo que eles conheciam. Aprendido com os pais deles. Que aprenderam com os pais deles. E assim por diante.

Mas aqui está o problema: esse modelo não funciona mais. E, na verdade, nunca funcionou direito — só que ninguém tinha permissão para questionar.

O Resultado de Gerações de Ausência Paterna

No Brasil, os homens vivem em média 7,1 anos menos do que as mulheres — a expectativa de vida masculina é de 72,4 anos enquanto a feminina atinge 79,5 anos.

Sete anos. Isso não é coincidência biológica. É consequência de comportamento.

Homens morrem mais porque acham que nunca adoecerão e não se cuidam, têm medo de descobrir doenças, não procuram serviços de saúde, não seguem tratamentos recomendados, estão mais expostos a acidentes, usam álcool e outras drogas com maior frequência, não praticam atividade física regularmente, estão envolvidos na maioria das situações de violência, não se alimentam adequadamente e estão mais suscetíveis às Infecções Sexualmente Transmissíveis.

Traduzindo: os mesmos padrões de comportamento que impedem homens de cuidarem da própria saúde são os que os impedem de cuidarem adequadamente dos filhos.

Tudo está conectado.

O Que É Paternidade Ativa (De Verdade)?

Ok, vamos direto ao ponto. O que diabos significa “paternidade ativa”?

Paternidade ativa são as ações, é o cuidado físico e emocional que se dá ao filho, é a maneira única de olhar, de falar, de cuidar da criança.

Mas deixa eu traduzir isso de forma mais direta:

Paternidade ativa significa que você não é um ajudante na criação do seu filho. Você é um dos pais. Com P maiúsculo. Com responsabilidades iguais.

Checklist da Realidade

Vou fazer algumas perguntas. Responda honestamente (ninguém está te julgando — ainda):

Você sabe:

  • Qual é o pediatra do seu filho?
  • Quando foi a última vacina que ele tomou?
  • Qual é o nome da professora dele?
  • Quais são os melhores amigos dele na escola?
  • Qual foi a última vez que ele teve pesadelos e do que eram?
  • Qual comida ele adora e qual ele detesta?
  • Qual é a rotina completa dele, do acordar ao dormir?
  • Como ele prefere ser consolado quando está triste?

Se você hesitou em mais de duas respostas, temos trabalho a fazer.

E não é porque você é um pai ruim. É porque provavelmente ninguém te ensinou que essas coisas fazem parte do “ser pai”. Você aprendeu que pai é quem trabalha, provê, e aparece para as partes “legais” como jogar bola no fim de semana.

Mas isso não é paternidade completa. É paternidade parcial.

O Pré-Natal É Para Dois (Sim, Para Você Também)

Aqui está uma das partes mais importantes da cartilha que a maioria dos homens ignora completamente:

A participação em todo o processo de gestação, parto, pós-parto e cuidados com a criança, sendo o pai biológico ou não, pode trazer benefícios para a mulher, a criança e ao próprio pai.

Percebe a ênfase? Benefícios para VOCÊ também.

Mas deixa eu te contar o que realmente acontece na maioria das vezes:

A Cena Clássica do Pré-Natal

Sala de espera do obstetra. Cinco mulheres grávidas. Quatro estão sozinhas. Uma está com o parceiro, mas ele está no celular, claramente desconfortável, contando os minutos para ir embora.

Dentro do consultório? A médica fala com a gestante. O pai (quando presente) é praticamente invisível. Ninguém faz perguntas para ele. Ninguém espera que ele participe.

E aí ele internaliza: “Isso não é comigo. Isso é coisa dela.”

Errado. Completamente errado.

O Pré-Natal do Parceiro (Que Você Não Sabia Que Existe)

Existe uma estratégia chamada Pré-natal do Parceiro, que busca sensibilizar gestores, profissionais da saúde, homens e mulheres sobre a importância do envolvimento dos pais em todo o processo de planejamento reprodutivo, gestação, parto, puerpério e cuidados com o desenvolvimento da criança.

O que isso significa na prática?

Durante o pré-natal, você deve observar seu peso, altura, pressão arterial e realizar teste de glicemia para observar o risco de desenvolver alguma doença cardíaca ou crônica como hipertensão e diabetes, realizar testes rápidos de sífilis, HIV e hepatites B e C, fazer exames de rotina quando necessário como tipagem sanguínea, glicemia, hemograma, lipidograma, e atualizar a caderneta de vacinação.

Isso mesmo. Você também precisa fazer exames durante a gravidez da sua parceira.

Por quê? Por três razões principais:

1. Proteção: Descobrir e tratar doenças como sífilis evita a transmissão para a parceira e consequentemente para a criança, que pode trazer complicações como aborto espontâneo, parto prematuro, má formação do feto, surdez, cegueira, deficiência mental e/ou morte ao nascer.

2. Sua saúde importa: Você descobrir que tem diabetes ou hipertensão pode salvar sua vida. E seu filho precisa de você vivo e saudável, não só presente fisicamente.

3. Modelo de comportamento: Quando você cuida da sua saúde, você ensina seu filho a cuidar da dele.

As Consultas São Aulas (Se Você Prestar Atenção)

A participação dos homens nos serviços de saúde durante as consultas de pré-natal pode ser potencializada como momento de promoção do autocuidado e educação em saúde, incluindo participação em atividades educativas sobre a gestação e como apoiar a parceira com a amamentação, no momento do parto e cuidados com o recém-nascido.

Traduzindo: as consultas de pré-natal são onde você aprende a ser pai.

É ali que você descobre:

  • Como será o parto (e qual o seu papel nele)
  • Como funciona a amamentação (e como você pode apoiar)
  • O que esperar nos primeiros dias/semanas/meses
  • Quais são os sinais de alerta para procurar ajuda
  • Como lidar com as mudanças emocionais da sua parceira
  • Como cuidar de um recém-nascido sem entrar em pânico

Mas você só aprende isso se estiver presente.

Os Nove Meses Que Mudam Tudo (Para Você Também)

Vamos falar sobre algo que poucos homens admitem: a gravidez da sua parceira muda você também.

Alguns homens, durante o período da gestação da parceira, podem apresentar alterações físicas e sintomas como engordar, enjoar, ter desejos, crises de choro; isso não representa um distúrbio ou doença, pode demonstrar que os homens sentem, assumem e desejam a gravidez com a sua parceira.

Isso tem até nome: Síndrome de Couvade. E é mais comum do que você imagina.

O Que Acontece Em Cada Trimestre

Nos três primeiros meses:

No início da gestação ocorre a adaptação do corpo da mulher e de seus sentimentos, trazendo sensações ora de prazer, ora de desconforto, faz parte desse momento a oscilação entre a aceitação e a recusa da gravidez, pode ter aumento dos seios, mais sono, mais fome, enjoos e ficar mais cansada.

O que você pode fazer: Seja paciente com as oscilações de humor. Não leve para o lado pessoal se ela disser que está arrependida — é normal, passa. Assuma mais tarefas domésticas. Deixe ela descansar. E por favor, não reclame dos enjoos dela enquanto você come tranquilamente aquele churrasco que ela nem pode cheirar sem passar mal.

Do quarto ao sexto mês:

O corpo e a emotividade da mulher crescem, ela começa a perceber os primeiros movimentos dentro de sua barriga, o corpo vai mudar muito rápido, com crescimento da barriga e alterações nos seios e nos quadris.

O que você pode fazer: Coloque a mão na barriga. Converse com o bebê (pode parecer estranho no começo, mas cria vínculo). Elogie sua parceira — ela está literalmente criando um ser humano dentro dela, é incrível. Vá junto às ecografias. Pergunte ao médico sobre o desenvolvimento do bebê.

Último trimestre:

O final da gestação é o momento em que tanto vocês quanto a criança se preparam para uma grande mudança, a criança tem menos espaço dentro da barriga, o que dá sensação de peso e desconforto, a mulher pode sentir menos sono, o corpo está se preparando para o parto.

O que você pode fazer: Essa é uma época de ansiedade com o parto, o medo do desconhecido é natural, procurem conversar com um profissional de saúde para tirar suas dúvidas e deixá-los mais tranquilos. E organize tudo: documentos para levar no momento do parto, lista de telefones úteis, sacola com roupas e fraldas para a criança, roupas suas e da parceira, produtos de higiene pessoal.

Sexo Durante a Gravidez (Sim, Podemos Falar Sobre Isso)

Ter relações sexuais até o final da gravidez é saudável, pode dar muito prazer, não machuca a criança e pode, inclusive, ajudar no seu nascimento.

Mas aqui está o importante: O desejo e a disposição sexual podem mudar na gravidez, há mulheres que têm menos vontade e outras que têm mais vontade do que antes, isso pode acontecer para o companheiro também.

A chave é comunicação. E respeito. Evite posições que causem desconforto e respeite a vontade de ter ou não ter relação sexual da sua parceira, o diálogo nesse momento é fundamental.

E depois do parto? As relações sexuais deverão aguardar em média 40 dias, tempo para o organismo de sua parceira se recuperar, é comum a vagina ficar ressecada e poderá haver certo desconforto, esta situação é passageira.

Paciência. Compreensão. Afeto que não seja apenas sexual. Isso é paternidade ativa também.

O Dia D: Seu Papel no Parto

Vamos falar sobre um direito que você tem, mas que talvez não saiba:

A Lei do Acompanhante determina que os serviços de saúde do SUS são obrigados a permitir à gestante o direito à presença de acompanhante de sua livre escolha durante todo o período de trabalho de parto, parto e pós-parto, podendo ser o pai da criança, o parceiro atual, a mãe, um amigo, ou outra pessoa, e a presença do acompanhante não pode ser impedida pelo hospital ou por qualquer membro da equipe de saúde.

Isso é LEI. Não é favor. Não é “se der”.

Os Benefícios de Estar Presente

Estar presente como acompanhante durante o parto traz benefícios como diminuição do tempo de trabalho de parto, sentimento de confiança e comunicação, menor necessidade de medicação e procedimento operatório, menores taxas de dor e pânico, aumento dos índices de amamentação, melhor formação de vínculos mãe-filho e, se o acompanhante for o pai/parceiro, aumenta o vínculo afetivo em toda a família, maior satisfação da mulher, menos relatos de cansaço e maior proteção contra a violência obstétrica.

Leu a última parte? Maior proteção contra violência obstétrica.

Sua presença não é só apoio emocional. É proteção. É testemunha. É alguém que pode e deve intervir se algo estiver errado.

O Que Você Pode Fazer Durante o Parto

Após o nascimento, você pode cortar o cordão umbilical, conduzir a criança com a mãe ao alojamento conjunto, dar o primeiro banho na criança após as 24 horas de nascido.

Esses momentos são seus também. Não deixe passar.

E depois? Apoiar e estimular a parceira com a amamentação, levar a criança para tomar as primeiras vacinas e realizar exames se necessário, realizar os cuidados com a criança como trocar fralda, higiene do coto umbilical, dar banho.

Desde o minuto um, você é pai. Não visitante. Não ajudante. Pai.

Os Primeiros Dias: Quando a Teoria Encontra a Realidade

Ok, o bebê nasceu. Parabéns! Agora começa a parte que ninguém te preparou adequadamente: os primeiros dias em casa.

Amamentação Não É “Coisa de Mãe”

Deixa eu ser direto: você não tem peito. Você não vai amamentar. Mas você tem um papel crucial no sucesso da amamentação.

O Ministério da Saúde recomenda que a amamentação aconteça até os 2 anos ou mais, sendo de forma exclusiva nos primeiros 6 meses de vida.

Como você contribui?

Encoraje e incentive a parceira a amamentar, sempre que possível participe do momento da amamentação, seja paciente e compreensivo, sinta-se útil realizando atividades domésticas enquanto a parceira amamenta a criança, procure ocupar-se mais dos outros filhos se os tiverem, fique atento às variações do apetite sexual de sua companheira, e não traga para casa latas de leite, mamadeiras e chupetas.

Especialmente aquela última parte: não sabote a amamentação. Não ofereça “soluções fáceis” que prejudicam o aleitamento. Confie no processo.

As Tarefas São de Ambos

É importante compartilhar com a parceira os cuidados com a criança como dar banho, trocar fraldas e roupas, alimentar seu filho, colocar para dormir.

Percebe que não diz “ajudar”? Diz compartilhar. Porque são responsabilidades de ambos.

Dicas práticas da cartilha:

Ao dar banho, teste a temperatura da água com o dorso da mão para evitar queimaduras; a higiene do cordão umbilical faz-se com gaze esterilizada com álcool a 90%; a limpeza da zona genital nas meninas faz-se sempre da frente para trás para evitar infecção; nos meninos, deve fazer uma limpeza na zona externa dos genitais, o prepúcio não deve ser descolado pelos pais.

Aprenda isso. Pratique isso. Não seja o pai que “não sabe” trocar fralda.

Seus Direitos (Que Você Provavelmente Desconhece)

Agora vamos falar de algo importante: os direitos legais que você tem como pai.

Licença-Paternidade

De acordo com a Constituição Federal, os pais têm direito a cinco dias de licença-paternidade.

Cinco dias. Para conhecer seu filho. Para apoiar sua parceira. Para começar a ser pai.

É ridículo? Sim. Mas é o que temos.

Mas tem mais:

Algumas empresas que fazem parte do Programa Empresa Cidadã ampliam a licença-paternidade em 15 dias, totalizando 20 dias, sendo garantida ao empregado que comprove participação em programa ou atividade de orientação sobre paternidade responsável.

Atenção: O Ministério da Saúde sugere que a realização do pré-natal do parceiro e/ou participação nas atividades educativas durante o pré-natal e/ou as visitas à maternidade sirvam como comprovação de sua participação nessas atividades.

Ou seja: aquelas consultas de pré-natal que você foi? Guarde os comprovantes. Eles podem te dar 15 dias extras com seu filho.

Outros Direitos que Você Tem

Ao empregado é garantido dois dias para acompanhar consultas médicas e exames complementares durante o período de gravidez de sua esposa ou companheira, esse direito é garantido a todos os funcionários registrados em CLT.

E depois que o bebê nascer: Ao empregado é garantido um dia por ano para acompanhar o filho de até 6 anos em consulta médica.

Use esses direitos. Não tenha vergonha. Não se desculpe. São seus direitos. Ponto.

As Ações Práticas de Paternidade Ativa

A cartilha lista várias ações concretas que você pode realizar. Vou destacar as mais importantes:

Participar das consultas de planejamento reprodutivo, realizar as consultas de pré-natal com sua parceira, apoiar a parceira durante a gestação, o parto e o pós-parto, ser carinhoso e afetuoso com seu filho e sua parceira, compartilhar com a parceira as tarefas domésticas, compartilhar os cuidados com a criança, acompanhar nos cuidados com a saúde levando a criança para realizar consultas e vacinas, acompanhar a criança na escola/creche e nos estudos, brincar e passear com a criança, manter um clima de respeito com a parceira e a criança, e falar e ouvir os medos e angústias que surgem.

Checklist honesto: Quantas dessas você realmente faz? Regularmente? Sem precisar ser lembrado?

Se for menos da metade, temos trabalho a fazer.

O Elefante na Sala: Zika Vírus e Deficiências

A cartilha dedica uma seção importante a algo que muitos pais têm medo de pensar: e se meu filho nascer com alguma deficiência ou condição especial?

Crianças com síndrome congênita por vírus Zika, caracterizada principalmente por microcefalia, beneficiam-se do Programa de Estimulação Precoce que tem como objetivo estimular a criança e ampliar suas competências, abordando os estímulos que interferem na sua maturação para favorecer o desenvolvimento motor e cognitivo.

E aqui está a parte crucial: É imprescindível que os pais e familiares se envolvam nesse programa, considerando que o ambiente social é o mais rico em estímulos para a criança.

Tradução: Se seu filho precisar de cuidados especiais, você não pode delegar isso só para a mãe, para terapeutas, para especialistas. Você precisa estar presente. Aprendendo. Participando. Sendo pai ativamente.

Por Que Você Nunca Ouviu Falar Dessa Cartilha?

Voltemos à pergunta inicial: se essa cartilha existe desde 2018, com 500 mil exemplares impressos, por que você provavelmente nunca ouviu falar dela?

Algumas possibilidades:

1. Falta de divulgação: Não adianta imprimir se não distribuir ativamente, se não fazer campanhas, se não engajar profissionais de saúde para entregá-la.

2. Resistência cultural: Muitos profissionais de saúde ainda veem o pré-natal como “coisa de mulher” e não oferecem ativamente a participação dos pais.

3. Falta de demanda: Poucos homens perguntam, poucos exigem participar, poucos sabem que têm direitos e papéis ativos.

4. Desvalorização da paternidade: Como sociedade, ainda não levamos a sério o papel dos pais além do provedor financeiro.

Mas aqui está a boa notícia: agora você sabe. E conhecimento é poder.

O Que Você Vai Fazer Com Essa Informação?

Então, você leu até aqui. Você descobriu que existe uma cartilha inteira, oficial, gratuita, ensinando você a ser um pai ativo.

E agora?

Você pode:

Opção 1: Fechar esse texto, voltar para sua rotina, e continuar fazendo as coisas como sempre fez.

Opção 2: Decidir que é hora de fazer diferente.

Se escolheu a opção 2, aqui vão seus próximos passos:

1. Acesse a cartilha completa: Você pode baixar gratuitamente no site do Ministério da Saúde. Leia. De verdade. Não só passe os olhos — leia com atenção.

2. Compartilhe: Mande para aquele amigo que está esperando filho. Poste no grupo da família. Fale sobre isso com outros pais.

3. Cobre dos profissionais de saúde: Na próxima consulta de pré-natal, pergunte sobre o Pré-natal do Parceiro. Exija ser incluído. É seu direito.

4. Use seus direitos trabalhistas: Vá às consultas. Pegue os comprovantes. Tire a licença completa (e lute por ela ser maior).

5. Comece hoje: Escolha UMA ação da lista de paternidade ativa que você não faz e comece a fazer. Hoje. Não amanhã.

Um Último Pensamento

Existe uma ironia triste nessa cartilha: precisamos de um manual governamental para ensinar homens a fazerem o que deveria ser natural: cuidar dos próprios filhos.

Mas talvez essa ironia seja, na verdade, uma oportunidade.

Uma oportunidade de reconhecer que falhamos. De admitir que podemos fazer melhor. De aprender o que nossas gerações anteriores não aprenderam.

Você não precisa repetir os erros do seu pai. Você pode ser o pai que seu filho precisa. Que sua parceira precisa. Que você mesmo precisa ser para se sentir completo.

A cartilha existe. O conhecimento existe. Os direitos existem. As ferramentas existem.

O que falta é você decidir usá-las.

Seu filho merece um pai presente. Não um provedor ausente. Não um “ajudante” ocasional. Um pai de verdade.

E você merece a riqueza emocional de realmente viver a paternidade. De não olhar para trás, daqui a 20 anos, e perceber que perdeu os momentos mais importantes.

A cartilha é um presente. Um mapa. Um convite.

A pergunta é: você aceita?


Aqui no papaisdehoje.com, acreditamos que todo homem pode aprender a ser um pai ativo. Mesmo que ninguém tenha ensinado isso para ele. Mesmo que seu próprio pai não tenha sido esse modelo.

Você pode ser o pai que quebra o ciclo. Que faz diferente. Que cria uma nova geração.

E você? Já conhecia essa cartilha? Já pratica paternidade ativa ou está começando agora? Qual é o maior desafio que você enfrenta para ser mais presente?

Compartilha nos comentários. E compartilha esse texto com aquele pai que precisa saber que existe um caminho — e que ele não está sozinho nessa jornada.

Paternidade ativa não é dom. É decisão. E escolha. Todos os dias. 💙

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